20/05/2010

O que os teólogos liberais pensam a respeito de Jesus e dos apóstolos









Nenhum movimento se verifica tão danoso e virulento para a igreja de Cristo quanto o movimento iniciado no final do século XVII com o alemão Friedrich Schleiermacher e popularmente conhecido como liberalismo teológico. Schleiermacher negou veementemente a historicidade dos milagres de Cristo, contestou todas as doutrinas da bíblia. Para ele, o que valia mesmo era o sentimento humano: se a pessoa “sentia” a comunhão com Deus, ela estaria salva, mesmo sem crer no evangelho de Cristo.

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Cinco decênios depois seguindo a mesma linha de Schleiermacher, Albrecht Ritschl questiona a autoridade bíblica e defende a experiência pessoal acima da revelação escrita. Ritschl pregava que Jesus só era considerado filho de Deus porque muitos assim o criam, mas na verdade era apenas um grande gênio religioso. Negou assim sistematicamente a satisfação de Cristo pelos pecados da humanidade, pregava que a entrada no Reino de Deus se dava pela prática da caridade e da comunhão entre as pessoas, não pela fé em Cristo.

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Não devendo nada às declarações liberais de Schleiermacher e Ritsch, Ernst Troeschl afirmava que o cristianismo era apenas mais uma religião entre tantas outras, e Deus se revelava em todas, defendia também a salvação de não-cristãos, por essa alegada “revelação de Deus” em outras religiões. Infelizmente mais uma vez houve colisão entre a razão e a revelação, os liberais alvoroçados com as grandes conquistas empreendidas pelo saber humano acharam por bem dar à ciência a capacidade única e indiscutível de expressar opiniões e mesmo validar a autoridade do texto bíblico. A revelação neste caso deve dar lugar às pesquisas científicas e enquadrar-se na moldura do pensamento do homem moderno, o milagre, característica vital da bíblia neste contexto, não expressa nem comunica nada da sua autoridade, pelo contrário, é o grifo indiscreto e fanatizado dos autores bíblicos. E mesmo Jesus não é ninguém além de um bondoso homem cuja retidão de caráter deve ser imitada. Mas essa é a opinião de alguns liberais que conseguem ver algo “aproveitável” na figura cristã de Jesus.

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Pois há uma ala liberal que não enxerga nada proveitoso no cristianismo e nem mesmo na figura de Jesus. Morton Smith, por exemplo, apresentava Jesus como um mago que influenciava seus seguidores através de ilusões e de hipnose. John Allegro por sua vez afirmava que Jesus nunca foi um personagem histórico, mas um nome codificado para aludir ao uso de uma droga alucinógena. E não pára por aí, a escola denominada “Religions-geschichtliche Schule” afirmava que os escritores dos evangelhos deram poderes divinos a Jesus porque estavam debaixo da influência de lendas pagãs acerca de “homens divinos” com poderes para fazer milagres. Por fim H.S. Reimarus professor de hebraico e línguas orientais em Hamburgo Alemanha via Jesus como um judeu fanático que não pode estabelecer seu reino messiânico.

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Reimarus dizia ainda que os discípulos de Jesus haviam roubado seu corpo e fabricado a sua ressurreição. Os liberais não vêem a bíblia como produto de uma revelação histórica e progressiva de Deus à humanidade, para eles como dizia Bultmann ela não passa de um livro repleto de mitos e lendas pagãs e o que se pode aproveitar de sua leitura é apenas a práxis ética de Jesus e nada mais. Que possamos rechaçar de nosso meio os propagandistas desta corrente herética, sob pena de, se não o fizermos, incorrermos na cena lúgubre de um cristianismo inventado, sem esperança, sem futuro.



por Adriano Carvalho

do Rio de Janeiro para o INPR Brasil





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